Samba-Enredo 2022 - Fala, Majeté! Sete Chaves de Exu

Exu, resistência e ancestralidade em “Samba-Enredo 2022 - Fala, Majeté! Sete Chaves de Exu”

O samba-enredo “Samba-Enredo 2022 - Fala, Majeté! Sete Chaves de Exu”, da G.R.E.S. Acadêmicos do Grande Rio (RJ), destaca a valorização das religiões de matriz africana e a importância de Exu na cultura brasileira. Logo no início, a saudação “Boa noite, moça! Boa noite, moço!” faz referência à forma como Exus catiços se apresentam nas giras e homenageia Estamira, figura conhecida por dialogar com o sagrado usando a expressão “Câmbio, Exu! Fala, Majeté!”. Esse detalhe mostra o compromisso do samba em aproximar o sagrado do cotidiano e combater preconceitos, valorizando a oralidade e os rituais afro-brasileiros.

A letra menciona entidades como Exu Caveira, Sete Saias, Tranca Rua e Padilha, além de expressões como “saravá”, “Alafiá” e “ê Mojubá”, reforçando a diversidade e a riqueza dos cultos afro-brasileiros. O samba também conecta Exu à luta e à cultura popular ao citar Zumbi dos Palmares, o Profeta Gentileza e a música “Exu nas Escolas” de Elza Soares, ampliando o significado do orixá para além do terreiro. O verso “Lá na encruza, onde a flor nasceu raiz” sugere que, mesmo em ambientes de exclusão, a força de Exu floresce. Ao celebrar Exu como “poesia na escola ou no sertão”, a música reafirma a importância de respeitar e valorizar as tradições afro-brasileiras. O final, com a repetição das saudações e a exaltação da Grande Rio, reforça o orgulho, a fé e o pertencimento, transformando o samba em um manifesto de respeito à ancestralidade.