Samba-Enredo 2025 - Assojaba - A Busca Pelo Manto

A ancestralidade e resistência em “Samba-Enredo 2025 - Assojaba - A Busca Pelo Manto”

"Samba-Enredo 2025 - Assojaba - A Busca Pelo Manto", do G.R.C.S.E.S Acadêmicos do Tucuruvi, aborda a profunda ligação entre o povo Tupinambá e o Manto, símbolo de memória, resistência e identidade. A música deixa claro que o Manto não deve ser tratado como mercadoria ou objeto de exibição, mas sim como um elemento sagrado, pertencente à ancestralidade e à espiritualidade dos povos indígenas. O verso “Não foi feito pra você, não foi feito pra vender, a vontade do manto vai prevalecer” expressa o repúdio à apropriação e comercialização de elementos culturais indígenas, reforçando a importância do respeito à cultura originária, tema desenvolvido em diálogo com lideranças indígenas no enredo do samba.

A letra valoriza a herança cultural ao destacar a confecção do manto com materiais tradicionais, como fios de algodão, cera de tiúba e penas trançadas, e ao afirmar: “Minha pele representa a memória, resistência e bravura dos Tupis” e “Joia rara emplumada vinde a mim”. O samba também faz referência à antropofagia, não de forma literal, mas como metáfora da absorção e ressignificação cultural, ao afirmar que só “engoliria quem colonizou”, mostrando resistência à dominação e preservação da essência indígena. Ao pedir bênçãos para a escola e invocar uma força maior, a canção celebra o orgulho e a renovação da identidade indígena, convidando à reflexão sobre o respeito e a valorização das contribuições dos povos originários para a cultura brasileira.