Máquina de Fazer Doido

A Crítica Social e Existencial em 'Máquina de Fazer Doido' de Accioly Neto

A música 'Máquina de Fazer Doido' de Accioly Neto é uma crítica contundente à sociedade moderna e à alienação causada pela tecnologia e pela mídia. A letra começa descrevendo um cenário onde a falsidade e as mentiras são disseminadas através das telas, uma clara referência à televisão e, por extensão, às redes sociais. A 'montanha de dinheiro' que não traz felicidade e a 'doença esquisita' que ataca inesperadamente são metáforas para a insatisfação material e as crises de saúde mental que afligem a sociedade contemporânea. A menção aos 'descamisados' e ao 'amor' que estão por um triz sugere a precariedade das condições de vida e dos valores humanos.

O refrão 'máquina de fazer doido, ligada o dia todo, transformando o ser humano num robô' é uma metáfora poderosa para a desumanização e a robotização das pessoas, que se tornam autômatos, desprovidos de emoções e pensamentos críticos, devido à influência constante da tecnologia. A cibernética, embora irreversível, é vista como um fator que faz o homem regredir ao seu 'mais baixo nível', destacando a ironia de que, apesar dos avanços tecnológicos, a humanidade ainda se comporta de maneira primitiva, matando por prazer e comercializando valores sagrados.

A música também aborda a busca desesperada por salvação e orientação, mencionando a espera por um 'anjo' ou 'ET' que possa redimir a humanidade. No entanto, Accioly Neto lembra que esse 'anjo' já veio, falou e morreu, referindo-se possivelmente a figuras religiosas como Jesus Cristo, cujas palavras ainda estão presentes, mas são ignoradas pela maioria. A letra, portanto, é um chamado à reflexão sobre a alienação, a desumanização e a necessidade de reconectar-se com valores mais profundos e espirituais.