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Igual a Cigarras

Adão Quevedo

Sorvo em taças de vinho
Lonjuras e trajetórias
Pra desvendar os caminhos
Obscuros da memória

Garimpando alguma rima
Que complemente o meu verso
Onde a loucura termina
Começa o meu universo

Sou poeta cantador
Eu canto igual a cigarra
Até estancar a dor
Nas cordas de uma guitarra

Esta sede de horizontes
É febre que não acalma
São gritos de reponte
Pro infinito da alma

São vagalumes candeias
Se confundindo na mente
Tropilha xucra de anseios
À procura da vertente

Quando uma saudade nua
Se veste de esperança
Faço poemas pra Lua
Remoendo na lembrança

O meu peito foi morada
E hoje anda tapera
Perdido no pó da estrada
Vive ainda a tua espera

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