À la folie

Dor e libertação em "À la folie" de Adèle Castillon

Em "À la folie", Adèle Castillon explora a dor da separação e a busca por superação através da música e da noite. O verso repetido “J'vais monter la sono, m'oublier dans la nuit” (“Vou aumentar o som, me esquecer na noite”) mostra como a artista transforma o sofrimento em energia para se perder na festa, tentando esquecer e se reconstruir. O contexto do EP "Crèvecoeur" e as declarações de Adèle confirmam que a proposta era criar uma produção dançante para canalizar o sofrimento em libertação, incentivando o ato de "largar tudo" e se divertir como forma de superar a dor.

A letra revela sentimentos de perda e desilusão, como em “J'ai passé trop de temps à me noyer dans des larmes que je pensais pouvoir gérer mais j'ai plus les armes” (“Passei tempo demais me afogando em lágrimas que achava que podia controlar, mas não tenho mais forças”). Expressões como “mon cœur en FOMO” (meu coração com medo de perder algo) e “souvenirs en lambeaux” (lembranças em pedaços) mostram a dificuldade de se desapegar do passado e o vazio após o fim do relacionamento. Ao mesmo tempo, há autocrítica e desejo de recomeço, como em “réapprendre à aimer, réapprendre à vriller” (“reaprender a amar, reaprender a se deixar levar”), indicando a vontade de se permitir sentir novamente. O refrão, ao insistir em esquecer o que unia o casal e focar nos defeitos do outro, sugere um esforço racional para seguir em frente, mesmo que envolva uma dose de "folie" (loucura) temporária. Assim, a música equilibra vulnerabilidade e emancipação, transformando o sofrimento em movimento e liberdade.