Troféu da Decadência
Ademir e Ademar
Que vergonha, meu amigo, que vergonha
Meu rosto está queimando como brasa
Tocaram-me igual um cão sem dono
Da porta da minha própria casa
Começo a pagar todos os meus erros
Chegou a minha hora de chorar
Estou pagando a minha covardia
Por ter abandonado o meu lar
Os anos se passaram tão depressa
Que a minha juventude longe vai
Meu filhos que por não me reconhecerem
Me expulsam sem saber que sou seu pai
Amigo, estou morrendo de vergonha
Cheguei ao ponto máximo do nada
Sou menos que um pedaço de papel
Jogado pelas ruas e calçadas
Amigo, venha aqui beber comigo
Ajude-me a comemorar
Brindemos a derrota de um homem
Que paga por um dia tanto errar
Recebo o troféu da decadência
Por ser um desprezível pecador
Que amou tantas mulheres neste mundo
E vai morrer sozinho sem amor
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