Volver Atrás

Reflexão sobre passado e mudança em "Volver Atrás"

"Volver Atrás", de Adrian Bello, explora o conflito entre seguir em frente e a dificuldade de se desapegar do passado. A letra transforma um diálogo interno em um pedido de reconciliação consigo mesmo, como nos versos “No me dejes desaparecer” (Não me deixe desaparecer) e “Dime en qué creer” (Diga-me em que acreditar). O próprio artista já afirmou que esta é uma de suas músicas mais íntimas, tratando do medo de perder partes de si ao deixar algo ou alguém para trás e da necessidade de aceitar mudanças.

A música ganha profundidade com elementos do folclore andino e percussões tribais, que trazem um sentimento de ancestralidade e pertencimento. O videoclipe, gravado nas paisagens de Canta, reforça visualmente a luta contra as amarras do passado. Versos como “Sigamos por nuestros caminos / Destinos que van a la par / Y se entrecruzarán en algún lugar” (Sigamos por nossos caminhos / Destinos que vão lado a lado / E se cruzarão em algum lugar) mostram que, mesmo ao seguir rumos diferentes, existe esperança de reencontros e de que as experiências vividas permanecem. A repetição de “Podemos volver atrás” (Podemos voltar atrás) serve como consolo, mas também destaca a impossibilidade real de retornar ao passado, tornando a música um convite à aceitação e à liberdade emocional. Metáforas como “Espejo de luz en la piel / Que me hace renacer” (Espelho de luz na pele / Que me faz renascer) reforçam a ideia de que é possível se reinventar e encontrar novos começos, mesmo levando consigo as marcas do que já passou.