Eu Criei Filha Minha [explícita]

Liberdade e empoderamento em “Eu Criei Filha Minha [explícita]”

"Eu Criei Filha Minha [explícita]", de Adriana Pequena, rompe com o padrão dos conselhos maternos tradicionais ao abordar, de forma escancarada e sem censura, a liberdade sexual feminina. A artista utiliza uma linguagem direta para afirmar que criou sua filha para ser independente, sem aceitar submissão ou violência de homens, como mostra o verso repetido: “E nunca nessa vida apanhar de macho”. A música deixa claro que a filha é incentivada a explorar sua sexualidade sem vergonha, seja com homens ou mulheres, e a rejeitar qualquer tipo de opressão masculina.

A repetição de frases como “chupar piroca” e “chupar uma xereca no meio do mato” tem o objetivo de chocar, mas também de normalizar práticas sexuais que ainda são tabu, principalmente quando expressas por mulheres. O trecho “não vai ter frescurinha pra dedar buceta” reforça a recusa a qualquer repressão sexual ou pudor. Quando a narradora relata uma decepção com um parceiro sexual e decide buscar prazer em outro lugar, inclusive com uma amiga, a música evidencia uma postura de autonomia e autossuficiência. O tom irreverente e debochado, aliado à recusa dos papéis tradicionais de gênero, transforma a canção em um manifesto direto pela liberdade sexual e pelo empoderamento feminino, sem espaço para moralismos.