Record Player

Autenticidade e nostalgia em "Record Player" de AJR

A música "Record Player", da banda AJR, explora o desejo de ser autêntico em um mundo dominado por aparências e tendências passageiras. Elementos como o toca-discos de 2014 e os vestidos retrô aparecem na letra não só como referências nostálgicas, mas também como símbolos de uma busca por individualidade. O verso “fingir que rasgou o vestido subindo em árvores” mostra como, muitas vezes, as pessoas criam histórias ou detalhes para parecerem únicas, mesmo que isso envolva certa encenação. Essa atitude reflete a pressão de se destacar e, ao mesmo tempo, se encaixar em padrões sociais.

A canção também faz uma crítica à cultura da fama instantânea e à superficialidade das redes sociais. O trecho “I think I gotta be famous for nothing” (Acho que tenho que ficar famoso por não fazer nada) ironiza a ideia de conquistar reconhecimento sem esforço real. Já a frase “I’m in the simulator, I’m doing fine, but every day’s just rewind and replay” (Estou no simulador, estou indo bem, mas todo dia é só rebobinar e repetir) reforça a sensação de rotina vazia e artificialidade, como se a vida fosse um ciclo sem propósito. O desejo de jogar o telefone no mar, em “I’ll go to Monterey, throw my phone into the waves” (Vou para Monterey, jogar meu telefone nas ondas), simboliza a vontade de se desconectar e buscar algo mais verdadeiro. No geral, "Record Player" mistura leveza e melancolia ao retratar a luta por autenticidade em meio à pressão social e à repetição do cotidiano.