Dharma (part. KL Jay)

Liberdade e autoconhecimento em “Dharma (part. KL Jay)”

“Dharma (part. KL Jay)”, de AJULIACOSTA, transforma a superação de um relacionamento tóxico em um manifesto de liberdade e autoconhecimento feminino. O verso “Eu quero que se foda, eu vou mudar meu cabelo / Botar uma saia curta só pra me olhar no espelho” mostra a decisão de romper com padrões impostos, especialmente aqueles ligados ao controle masculino sobre o corpo e as escolhas da mulher. Esse posicionamento dialoga com o álbum “Novo Testamento”, no qual AJULIACOSTA declara a defesa da liberdade feminina e da resistência ao machismo estrutural, temas presentes em toda a letra.

A menção ao “Dharma” no refrão e no final dos versos indica a busca por equilíbrio e paz interior, mesmo diante das pressões sociais. Ao dizer “vida pra mim é viver sossegado, então eu durmo nos braços do Dharma”, a artista rejeita a ideia de vingança ou autodestruição após o término, escolhendo o autocuidado e o crescimento pessoal. A participação de KL Jay, referência do rap nacional, reforça a ligação com a resistência e legitima o discurso. A letra também traz elementos de empoderamento racial e de classe, como em “Sou negra, sou bonita e você sabe / Minha comunicação não falha”, reafirmando a identidade e a força de AJULIACOSTA em um cenário que historicamente marginaliza mulheres negras. O tom confiante e espontâneo da música, junto ao contexto de ascensão internacional da artista, faz de “Dharma” um verdadeiro hino de autoafirmação e liberdade.