Pq a Polícia Smp Acaba Com a Festa? (part. iamlope$$)

Desigualdade e resistência em "Pq a Polícia Smp Acaba Com a Festa?"

"Pq a Polícia Smp Acaba Com a Festa? (part. iamlope$$)", de AJULIACOSTA, faz uma crítica direta à repressão policial nas festas de periferia, especialmente contra a população preta. Inserida no contexto do álbum "Brutas Amam, Choram e Sentem Raiva", a música destaca como o lazer da juventude periférica é constantemente interrompido pela presença policial, criando um clima de tensão mesmo em momentos de descontração. A frase “Enquanto os boy trafica, os policia me breca” evidencia a desigualdade: enquanto jovens brancos de classes mais altas cometem delitos sem grandes consequências, a repressão recai sobre os corpos pretos e periféricos, mesmo quando só querem se divertir.

A letra também aborda resistência e afirmação de identidade. Em “A preta que não gostou da tal colonização / Não vou esquecer tão cedo se eu trombar / Um senhorzinho, eu boto fogo no engenho”, AJULIACOSTA faz referência à herança colonial e à luta contra o racismo estrutural, usando metáforas que remetem à história de opressão e ao desejo de subversão. O tom autêntico aparece em versos como “Se o estresse for grande, Ajuliacosta pede beck”, mostrando que, apesar das adversidades, há espaço para o autocuidado e a celebração. Ao longo da faixa, a artista reforça a importância do sigilo e da autopreservação diante de um sistema opressor, como em “Eu sigo no sigilo absoluto / Cada expressão minha pra eles é um absurdo”. Assim, a música se consolida como um manifesto sobre liberdade, resistência e a luta diária contra a desigualdade social e racial.