Superficial (part. Niink)

Desilusão e crítica social em “Superficial (part. Niink)”

“Superficial (part. Niink)”, de Aklipe44 com participação de Niink, aborda a frustração com relacionamentos rasos e a busca por autenticidade em meio ao universo do trap. O verso “Eu vi que a relação é superficial quando olhei pro seu peito antes de olhar pra cara” revela uma autocrítica e destaca como tanto o eu lírico quanto as pessoas ao redor se deixam levar por aparências e desejos, deixando de lado sentimentos verdadeiros. Já o trecho “Filha da puta dormiu na minha casa / Falou que me amava e não sentia nada” reforça a ideia de promessas vazias e sentimentos fingidos, mostrando como a desconfiança e o desapego acabam sendo reações naturais diante dessas experiências.

A música também reflete o contexto do hip-hop brasileiro, trazendo referências à vida “bandida”, festas, dinheiro e ostentação, mas sempre com um olhar crítico. A frase “É que agora minha vida é só fazer minha grana e já era / Tirar meus manos da merda” mostra que, apesar do foco no sucesso financeiro, existe uma preocupação genuína com o coletivo e com quem está próximo. Expressões como “você é um laranja” (alguém manipulado por outros) e “meu maninho não levou aquele prêmio / Multishow não entendeu que meu mano é quente” trazem críticas ao sistema e à falta de reconhecimento dos talentos da cena. Assim, a música mistura ostentação, vulnerabilidade e crítica social, deixando claro que, para os artistas, autenticidade é mais importante do que status ou aparência.