Príncipe Ali

O espetáculo e a crítica social em “Príncipe Ali” de Aladdin

A música “Príncipe Ali”, do filme Aladdin, usa o exagero e a ostentação para criar a imagem de Aladdin disfarçado como um príncipe, destacando tanto sua suposta riqueza quanto a teatralidade do Gênio ao apresentá-lo à cidade de Agrabah. A letra é marcada por hipérboles, como “setenta camelos dourados”, “mais de cem macaquinhos” e “sessenta elefantes”, que satirizam a ideia de status e poder. Esses exageros deixam claro que a imponência do Príncipe Ali é uma ilusão criada pela magia do Gênio, reforçada quando ele pede à multidão para “caprichar no seu salaam” e aplaudir, mostrando como a percepção pública pode ser facilmente manipulada por um espetáculo bem montado.

Na adaptação live-action de 2019, a música foi atualizada para remover termos problemáticos, como “escravos”, e trazer referências culturais mais alinhadas com valores atuais, sem perder o tom grandioso e divertido. A letra faz referência a elementos típicos de contos orientais, como faquires, cozinheiros e animais exóticos, remetendo ao universo das “Mil e Uma Noites”. Apesar da energia contagiante e do clima de celebração, a música traz uma crítica sutil à superficialidade das aparências e à facilidade com que as pessoas se deixam impressionar por riqueza e poder, mostrando que, por trás do espetáculo, tudo não passa de uma grande encenação.