Voltei, Recife

Saudade e celebração em “Voltei, Recife” de Alceu Valença

“Voltei, Recife”, de Alceu Valença, destaca a força da saudade como principal motivo para o retorno à cidade natal. Logo no início, o verso “Foi a saudade que me trouxe pelo braço” mostra como o sentimento de pertencimento e as raízes culturais têm um papel fundamental na decisão de voltar. Aqui, a saudade não é apenas uma emoção, mas uma força quase física que impulsiona o reencontro com Recife.

A música faz referência direta a blocos tradicionais do carnaval recifense, como “Vassourinhas”, “Toureiros”, “Bola de Ouro”, “As Pás”, “Os Lenhadores” e o “Bloco Batutas de São José”. Essas citações funcionam como um tributo à cultura local e ao frevo, ritmo que é símbolo da cidade. O desejo de “tomar umas e outras e cair no passo” reforça a entrega à festa, enquanto a frase “Quero sentir a embriaguez do frevo, que entra na cabeça, depois toma o corpo e acaba no pé” ilustra como o frevo envolve completamente quem participa, do pensamento ao movimento. Assim, a canção celebra o reencontro com as origens, a alegria do carnaval e a riqueza da cultura pernambucana.