Cadê minha Floresta

A Lamentação pela Perda da Natureza em 'Cadê minha Floresta'

A música 'Cadê minha Floresta', de Alcymar Monteiro, é uma profunda reflexão sobre a degradação ambiental e a perda das tradições rurais. A letra começa com uma evocação nostálgica da floresta que foi herdada dos avós, repleta de ingazeiras e lençóis d'água que corriam suavemente. Essa imagem idílica contrasta fortemente com a realidade atual, onde esses elementos naturais se encontram solitários e perdidos, simbolizando a devastação ambiental.

O segundo verso da música traz à tona a perda das vozes e das atividades comunitárias que outrora animavam a vida rural. A colheita do algodão, do café e do feijão, bem como a presença dos trabalhadores e aboiadores, são lembranças de um tempo em que a terra era cultivada com respeito e harmonia. A ausência dessas práticas e sons tradicionais reflete a desintegração do tecido social e cultural das comunidades rurais, que foram substituídas por um progresso que não respeita a natureza.

A música também aborda a ingratidão e a rebeldia do povo diante da destruição ambiental. A natureza, que antes oferecia sossego, paz, esperança e alegria, agora chora pela falta de fauna e flora. As ervas medicinais e as fontes de água cristalina, que eram parte essencial da vida rural, foram destruídas pelo progresso desenfreado. A saudade do passado e a incerteza do futuro são sentimentos que permeiam a letra, culminando em uma reflexão sobre a necessidade de passos cuidadosos para evitar mais erros no presente. 'Cadê minha Floresta' é, portanto, um lamento pela perda da natureza e das tradições, e um apelo à consciência ambiental e cultural.