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Dizem que eu sou
Que eu sou uma louca desvairada
Eu fico louca se chamam louca
Pouca gente entende essa verdade
Onde quer que impere a maldade
Loucura pouca é bobagem

Fico alucinada e vejo os traços do meu filho
A visão da boca generosa
E de tanto olhar me maravilho
Do mal de esquecer me desvencilho

Dizem que eu sou
Que eu sou boa
Eu sou boa nada
E viro fera
Se me acham boa

Odeio essa bondade que se omite
Enquanto imperar a maldade
Muita bondade é bobagem

Quero continuar a delirar
Eu quero eternizar minhas visões
Pois nelas batem jovens corações
Pois nelas pulsam a paixão tão linda

Ainda que alguém me fure os olhos
Hei de enxergar teus traços, tua boca
Enquanto o mal tiver razão
E for normal a opressão
Por lucidez, hei de bancar a louca

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Composição: Aldir Blanc / Maurício Tapajós. Essa informação está errada? Nos avise.

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