Must Have Been The Wind

O cuidado e os limites em "Must Have Been The Wind"

O refrão “must have been the wind” (deve ter sido o vento) muda de sentido ao longo da faixa: começa como a negação defensiva dela e termina como um gesto dele de respeitar o silêncio. A narrativa acompanha o vizinho que ouve vidro quebrando e choro, sobe e pergunta se está tudo bem. Ela, com “sweater zipped up to her chin” (suéter fechado até o queixo), recusa conversa, diz “I think your ears are playing tricks on you” (acho que você está ouvindo coisa) e repete “must have been the wind” (deve ter sido o vento). Os sinais sugerem medo ou violência, mas a letra evita afirmar. O casaco fechado pode indicar tentativa de esconder algo; a negação preserva sua segurança.

Ele admite não ter todos os fatos, mas não consegue ir embora. Em vez de pressionar, escolhe apoiar à distância: “aim my boom box at the roof” (aponto meu boom box para o teto) e toca “Lean On Me” (Conte comigo). Como observou a WRBB, é um recado direto de amparo; a Riff Magazine destaca a dificuldade de ajudar quem ainda não consegue aceitar ajuda e a importância da paciência, reforçadas pela instrumentação acústica e pela narrativa empática. No final, ele espelha: “I’ll say: it must have been the wind” (vou dizer: deve ter sido o vento), não para negar o problema, mas para preservar sua autonomia. A repetição vira um código de proteção e de tempo: ela não pode falar agora, ele entende. A porta segue entreaberta em “You’re always welcome to come in” (você sempre será bem-vinda para entrar), convite calmo à confiança quando ela estiver pronta.