DIOR (part. L7NNON)

Afirmação e resistência em "DIOR (part. L7NNON)" de Alee

"DIOR (part. L7NNON)", de Alee com participação de L7NNON, destaca como símbolos de ostentação – carros de luxo, marcas de grife e joias – são usados para expressar conquista e resistência, principalmente por jovens negros das periferias. As menções a marcas como Christian Dior e acessórios caros, como em “Audemars Piguet no meu pulso” e “Jóias Cartier”, vão além do luxo: representam a ocupação de espaços historicamente negados e mostram que o sucesso financeiro é uma resposta à exclusão social e ao racismo. O verso “Só de ódio, vou derrubar esses branco do pódio” deixa claro o desejo de desafiar estruturas de poder e preconceito, usando a indignação como força para superar obstáculos.

A letra traz elementos marcantes do hip-hop brasileiro, como gírias, referências à vida nas ruas, à presença constante da polícia (“os PM tão sempre no faro”) e à luta diária (“nada foi fácil pra nós não”). O compromisso com a coletividade aparece quando o artista fala em vestir os amigos com “peça de grife” após conquistarem a liberdade, valorizando lealdade e celebração das vitórias do grupo. Ao citar “tradição de Brooklyn” e “nordeste”, a música une influências globais do rap com raízes brasileiras, mostrando orgulho tanto da cultura internacional quanto da identidade local. O tom direto e confiante, junto à trajetória de superação de L7NNON, reforça que ostentar, nesse contexto, é um ato de afirmação e resistência.