Tempos da Escola (part. Brandão85, Jovem Dex, Dimme e Ponto do Equilíbrio)

Nostalgia e resistência em "Tempos da Escola" de Alee

"Tempos da Escola (part. Brandão85, Jovem Dex, Dimme e Ponto do Equilíbrio)", de Alee, utiliza a maconha como símbolo de resistência e conexão espiritual, especialmente ao ser chamada de "Santa Kaya" e relacionada à fé rastafari e à busca por paz interior. A música contrapõe a inocência e liberdade da infância com a dura realidade da violência urbana e da falta de oportunidades, mostrando que a saudade dos tempos de escola é, na verdade, um lamento pela perda de um ambiente seguro e de sonhos possíveis.

A letra reflete experiências pessoais dos artistas, principalmente de Jovem Dex, que perdeu amigos para o crime devido à ausência de educação e oportunidades. Isso fica claro em versos como “Sistema lucra quando tira educação / Por isso, indo pra escola / Vi o irmão morto no chão”, trazendo uma crítica social direta. A nostalgia dos tempos de escola, com menções a brincadeiras de rua, pipa e futebol, contrasta com a atualidade marcada por violência, como em “Todo dia vejo um nego baleado / Em cada esquina, filho / Não queira ser mais um deles, não”. A música valoriza a família e a fé como formas de proteção e orientação, sugerindo que o caminho para a liberdade e paz está em manter a inocência, a imaginação e o amor, mesmo diante das adversidades.

A mistura de trap e reggae, reforçada pela participação do Ponto de Equilíbrio, amplia a mensagem de resistência e esperança. Referências à "Babilôn" e ao desejo de "queimar" simbolizam a luta contra o sistema opressor, enquanto a maconha é tratada como elemento de conexão espiritual e cultural. Assim, a música convida a resgatar valores da infância, resistir à opressão e buscar liberdade por meio da fé, da família e da consciência social.