Procuro Olvidarte

Dor e saudade em "Procuro Olvidarte" de Alejandro Fernández

Em "Procuro Olvidarte", Alejandro Fernández retrata a dor de tentar esquecer um grande amor. Logo no início, a imagem do "pájaro herido" (pássaro ferido) mostra que esse processo é doloroso e sem rumo, como o voo desorientado de um animal machucado. O protagonista se ocupa com tarefas diárias – "haciendo en el día mil cosas distintas" (fazendo mil coisas diferentes durante o dia) e "pisando y contando las hojas caídas" (pisando e contando as folhas caídas) –, mas essas ações só reforçam o vazio e a solidão, deixando claro que a distração não traz alívio real. Cada gesto cotidiano acaba lembrando a ausência da pessoa amada.

A canção, composta por Manuel Alejandro e Ana Magdalena e famosa na voz de Hernaldo Zúñiga antes de ser regravada por Alejandro Fernández, destaca o sofrimento universal de quem tenta superar um término. A letra mostra a tentativa de preencher o vazio com novos relacionamentos, descritos como "amores sin ganas ni fuerzas" (amores sem vontade nem forças), mas que não trazem satisfação verdadeira. O arranjo musical, com piano e guitarras suaves, reforça a melancolia e o cansaço emocional presentes em versos como "llegar a la noche apenas sin vida" (chegar à noite quase sem vida) e no desespero silencioso diante da casa vazia: "al ver nuestra casa tan sola y callada, no sé lo que haría" (ao ver nossa casa tão sozinha e silenciosa, não sei o que faria).

O refrão "lo que haría por que estuvieras tú" (o que eu faria para que você estivesse aqui) resume o desejo de reverter a separação, enquanto a repetição de "procuro olvidarte" (procuro te esquecer) mostra a luta constante e frustrada contra as lembranças. A música expressa, de forma honesta, como o esquecimento pode ser quase impossível quando o amor ainda persiste.