Clockwork

A Roda da Vida: Reflexões em 'Clockwork' de Alessia Cara

A música 'Clockwork' de Alessia Cara explora temas profundos de autoconhecimento e a luta interna com a própria identidade. Desde o início, a artista questiona seu papel e sua essência, refletindo sobre se é uma força ativa ('fire') ou apenas um catalisador ('lighter'). Essa dualidade é um tema recorrente na música, onde ela se vê dividida entre as influências de seus pais e suas próprias características. A letra sugere uma batalha interna, onde Alessia se culpa e sente a dor até não restar mais nada.

A metáfora do 'clockwork' (mecanismo de relógio) é central na música, simbolizando a inevitabilidade e a repetição dos ciclos da vida. As 'wheels turn' (rodas giram) e 'heals hurt' (curas doem) indicam que, assim como um relógio, a vida continua a girar, trazendo tanto progresso quanto dor. A repetição do refrão enfatiza a sensação de estar preso em um ciclo interminável, onde os mesmos padrões se repetem, e a dor é uma constante. A expressão 'tired of sittin', livin' with it 'til it drops' (cansada de sentar, viver com isso até que caia) revela um desejo de mudança e de quebrar esse ciclo.

Além disso, a música aborda a dificuldade de se identificar com partes de si mesmo que deveriam ser familiares. Alessia menciona ter um 'tight grip on the listen' (aperto firme na escuta), sugerindo que ela está tentando entender e controlar sua própria narrativa, mas acaba deixando ir, apenas para ver tudo desmoronar novamente. A cor 'grey' (cinza) do ar simboliza a deterioração e a perda de clareza à medida que ela desce mais fundo em sua introspecção. A música, portanto, é uma reflexão sobre a luta contínua para se entender e se aceitar, enquanto se lida com a dor e a repetição dos ciclos da vida.