Interfone

Solidão e cotidiano em "Interfone" de Alexandre Pires

Em "Interfone", Alexandre Pires retrata a solidão e a ansiedade de quem sente falta de alguém especial durante a madrugada. A letra destaca o personagem tentando preencher o vazio assistindo a programas de TV populares nos anos 1990, como "Programa do Jô", "Perfil" e "Intercine". Essas referências não só situam a história no tempo, mas também aproximam a narrativa do cotidiano do público da época, tornando a situação mais realista e fácil de se identificar.

O ponto central da música é a decisão impulsiva do protagonista de ir até o prédio da pessoa amada, mesmo sabendo que pode enfrentar obstáculos. O trecho “Mas o porteiro é novo / Ele não me conhece / Tá cheio de suspeita / Tá desconfiado” mostra, de forma leve e bem-humorada, como situações simples do dia a dia podem se tornar desafios quando se está apaixonado. O interfone, além de ser um objeto comum, simboliza a barreira entre o casal, que só pode ser superada com comunicação e confiança. Apesar de a música ter ganhado um novo significado ao virar meme em um contexto político recente, sua essência permanece ligada à intimidade, ao desejo de proximidade e à superação de pequenas dificuldades para viver um amor verdadeiro.