Right Turn

Vulnerabilidade coletiva e vícios em "Right Turn"

"Right Turn", colaboração entre Alice In Chains, Chris Cornell e Mark Arm, destaca a união da cena grunge de Seattle e aprofunda o sentimento de desamparo coletivo presente na letra. O verso “Inside always trying to get back inside / But it's so hard to penetrate pig-thick skin” (Por dentro, sempre tentando voltar para dentro / Mas é tão difícil penetrar uma pele grossa como a de porco) revela uma luta interna para superar barreiras emocionais. A expressão "pig-thick skin" funciona como metáfora para a insensibilidade ou resistência criadas por traumas e vícios, temas recorrentes tanto no grunge quanto na vida dos músicos envolvidos.

A música aborda o ciclo de autodestruição e a dificuldade de escapar dele, como mostram os versos “I'd leave but I can't forget” (Eu iria embora, mas não consigo esquecer) e “Can't leave and can't forget” (Não consigo ir embora e não consigo esquecer). O uso do plural na última estrofe, “Now we're as low as we can get / Can't leave and can't forget / We ain't right” (Agora estamos tão no fundo quanto podemos / Não conseguimos ir embora e não conseguimos esquecer / Não estamos bem), amplia o sentimento de queda e aprisionamento, mostrando que o desespero é compartilhado. O trecho final, “Well it's hard to believe that somebody tricked you / When you can see you were only high / It's all up to you so you gamble / Flat on your face and into the fire” (É difícil acreditar que alguém te enganou / Quando você vê que só estava chapado / Tudo depende de você, então você arrisca / Cai de cara e vai direto para o fogo), reforça a ideia de autossabotagem e da ilusão de controle, conectando-se ao contexto de vícios e escolhas autodestrutivas. A ausência de Kurt Cobain, citada no contexto, ressalta a fragilidade desses laços e transforma a faixa em um retrato honesto da vulnerabilidade daquela geração.