Voices

Reflexão sobre identidade e dor em “Voices” de Alice In Chains

A música “Voices”, do Alice In Chains, explora de forma direta a fragmentação da identidade e o conflito interno. Logo no início, versos como “Who am I? Is this me? Am I one? Or thirteen?” (“Quem sou eu? Sou eu mesmo? Sou um? Ou treze?”) revelam dúvidas profundas sobre si mesmo. Essas questões refletem o momento de vulnerabilidade vivido por Jerry Cantrell, que compôs a faixa antes de passar por uma cirurgia, enfrentando dificuldades físicas e emocionais. O verso “I don't know what is real” (“Eu não sei o que é real”) reforça a sensação de confusão mental e a luta para distinguir o que é verdadeiro em meio a pensamentos conflitantes e traumas do passado, representados pelas “vozes na cabeça”.

O refrão “Everybody listen, voices in my head” (“Todo mundo ouça, vozes na minha cabeça”) mostra não só o embate interno, mas também um desejo de ser compreendido e de dividir essas angústias com os outros. Já o trecho “Faces, uniforms I've worn” (“Rostos, uniformes que já usei”) faz referência às diferentes máscaras e papéis assumidos ao longo da vida, indicando uma busca por autenticidade. O videoclipe reforça esse contexto ao exibir letreiros de néon em pontos marcantes de Seattle e homenagear figuras como Layne Staley e Kurt Cobain, conectando a experiência pessoal de Cantrell à história do grunge e à memória de artistas que também enfrentaram batalhas internas. “Voices” se destaca como um retrato honesto sobre identidade, dor e a tentativa constante de encontrar sentido em meio ao caos mental.