Jerusalem

Mitologia e busca espiritual em “Jerusalem” do Alphaville

Em “Jerusalem”, do Alphaville, a letra traz referências marcantes à mitologia e à espiritualidade para abordar a busca por amor e transcendência. Logo no início, a menção a “Eris, Princess of the Isles” (Eris, Princesa das Ilhas) destaca a presença da deusa grega da discórdia, sugerindo que o caminho para o amor e a realização espiritual é repleto de conflitos internos e desafios. O “grande Cadillac amarelo” aparece como símbolo de uma jornada, indicando que a busca por Jerusalém — entendida aqui como um lugar de encontro espiritual e amoroso — é tanto literal quanto simbólica.

A música mistura elementos místicos e culturais para criar uma atmosfera contemplativa. O trecho “Lead him on to the House of Love / Where the God's may turn his eyes” (“Guie-o até a Casa do Amor / Onde os deuses podem voltar seus olhos”) expressa o desejo de alcançar um estado de plenitude, abençoado por forças superiores. Ao citar “novos assassinos, novos messias” e “estranhos amantes do fogo”, a letra mostra a dualidade entre destruição e salvação, indicando que a busca por sentido envolve riscos e revelações. O refrão, com “Let's take love to Jerusalem” (“Vamos levar o amor para Jerusalém”), reforça Jerusalém como símbolo de união, esperança e renovação espiritual, indo além do seu significado geográfico.

Por fim, a viagem no “Big yellow Cadillac” e a expressão “glory roads of pure delight” (“estradas gloriosas de puro deleite”) ampliam o sentido de jornada, mostrando que o caminho para Jerusalém é cheio de expectativas e sonhos. Assim, “Jerusalem” se destaca por unir referências mitológicas, espirituais e culturais para explorar a busca humana por amor, sentido e transcendência, mantendo o clima inspirador do synth-pop dos anos 80.