Meu Velho (Mi Viejo)

Relação entre gerações e afeto em “Meu Velho (Mi Viejo)”

A música “Meu Velho (Mi Viejo)”, interpretada por Altemar Dutra, aborda de forma direta e sensível a relação entre pai e filho diante do envelhecimento. O eu lírico observa o pai com admiração e respeito, reconhecendo as diferenças de geração e valores. O trecho “Eu o estudo desde longe / Porque somos diferentes” mostra como o filho percebe não só a diferença de idade, mas também de experiências e visões de mundo. O pai, descrito como alguém de uma época marcada pelo respeito e pela fé, contrasta com o filho, que vive em um tempo mais moderno e menos rígido.

A canção foi composta em homenagem ao pai de José Tcherkaski, um imigrante russo judeu que enfrentou muitas dificuldades e faleceu cedo, o que dá à letra um tom pessoal e emotivo. Imagens como “Agora caminha lento / Como perdoando o vento” ilustram o desgaste físico e emocional do pai, mas também sugerem uma aceitação tranquila das adversidades. O verso “Eu sou teu sangue meu velho / Teu silêncio e o teu tempo” reforça a ligação profunda entre pai e filho, mostrando que, apesar das diferenças, existe uma herança afetiva e existencial. Ao lembrar o passado do pai e reconhecer seu sofrimento, a música convida à valorização dos pais enquanto ainda estão presentes, tornando-se um tributo universal à figura paterna e ao impacto do tempo nas relações familiares.