Mussa

A espiritualidade e a fusão cultural em “Mussa” de Amanati

Em “Mussa”, Amanati opta por usar um mantra sânscrito tradicional como letra, demonstrando uma busca por transcendência e conexão espiritual que ultrapassa fronteiras culturais e identitárias. O trecho “Shuklaambara Dharam Vishnum, Shashi Varnam Chatur Bhujam, Prasanna Vadanam Dhyaayet, Sarva Vighna Upashaanthaye” é um mantra dedicado ao deus hindu Ganesha, tradicionalmente recitado para remover obstáculos e pedir bênçãos de clareza e serenidade. Ao trazer esse texto sagrado para a música, Amanati propõe um ambiente de introspecção e purificação, alinhado à sua proposta de valorizar a liberdade criativa e a expressão autêntica, sem limitações de gênero, raça ou aparência.

A trajetória de Amanati, marcada pela mistura de folclore grego, música eletrônica e formação clássica, reforça a ideia de fusão entre o antigo e o contemporâneo, o espiritual e o sensorial. “Mussa” funciona como um convite à contemplação e ao autoconhecimento, usando a força do mantra para inspirar movimentos corporais e estados de espírito elevados, algo valorizado por dançarinos e artistas de movimento. A atmosfera misteriosa e sensual da faixa, destacada pelo próprio artista, se manifesta na escolha de um texto que, ao mesmo tempo em que busca a paz interior, envolve o ouvinte em uma experiência ritualística de liberdade e transcendência.