Cuando Suba La Marea

Superação e autodescoberta em “Cuando Suba La Marea”

Em “Cuando Suba La Marea”, do Amaral, a protagonista rejeita papéis tradicionais e expectativas idealizadas nos relacionamentos. Isso fica claro quando ela afirma: “no soy princesa” e “no es azul la sangre de mis venas” (“não sou princesa” / “não é azul o sangue das minhas veias”), deixando evidente sua recusa em se encaixar em padrões de contos de fadas. O videoclipe reforça essa ideia ao mostrar a busca por água como símbolo de algo essencial e verdadeiro, conectando-se ao tema de autodescoberta e autenticidade.

A letra também aborda a nostalgia de um amor que parecia eterno, mas se revelou ilusório: “Estaríamos juntos todo el tiempo / Hasta quedarnos sin aliento / Y comernos el mundo, vaya ilusos” (“Estaríamos juntos o tempo todo / Até ficarmos sem fôlego / E conquistar o mundo, que ilusão”). Ao reconhecer que “todo acabó” (“tudo acabou”), a canção traz uma reflexão madura sobre a transitoriedade dos sentimentos e a importância de seguir em frente. A metáfora da maré, presente em “Me tumbaré sobre la arena / Y que me lleve lejos cuando suba la marea” (“Vou me deitar sobre a areia / E que a maré me leve para longe quando subir”), sugere entrega ao fluxo da vida e aceitação do fim, permitindo-se abrir para novos caminhos.

O retorno dos “días salvajes” (“dias selvagens”) e dos “recuerdos” (“lembranças”) reforça a valorização das experiências vividas, mesmo que tenham terminado. Assim, a música equilibra melancolia e libertação, mostrando que a verdadeira força está em aceitar a si mesmo, sem se prender a papéis impostos ou sonhos que não se realizaram.