Minha Terra Minha Gente
Amarildo e Agnaldo
Deixei minha terra já faz muitos anos
Por um desengano que tive na vida
Agora eu sinto a saudade ingrata
E o cheiro da mata nas manhãs floridas
Por isso amanhã partirei bem cedo
Porque tenho medo da grande saudade
Ela me aperta e eu saio sem rumo
Não me acostumo viver na cidade
Sinto uma revolta dentro do meu peito
Pois tenho o direito de ser sertanejo
Eu quero abraçar com todo o carinho
O meu papaizinho que há tempo não vejo
Na minha partida embarquei chorando
Alguém soluçando também eu deixei
Ela sofre tanto com a minha falta
Escrevia cartas, mas eu não liguei
E que na nova vida em que eu levava
Nem tempo não dava para escrever
Sei que toda a gente ainda me espera
Da querida terra não posso esquecer
Parece até que já estou vendo
Caindo o sereno sobre as campinas
Eu quero rever todo aquele povo
E abraçar de novo a minha menina
Estou de partida, preciso voltar
Porque recordar é sofrer outra vez
No mês de janeiro eu nunca faltava
Seis dias cantava para Santo Rei
A minha mãezinha que tanto adorei
Sem ela fiquei pro resto da vida
Agora eu sinto os olhos cheios d’água
Porque esta mágoa é tão dolorida
Meus queridos manos esperam por mim
Sofrer tanto assim não resistirei
Para minha terra volto novamente
Pois daquela gente não esquecerei
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