A Sereia
Ana Clara
Numa praça em alto mar
Entre algas e pipoca com sal
Vi uma sereia morena sobre uma pedra escultural
Senti minha alma bem calma
Uma trouxa agasalhada
Tomei o rumo da sorte
A sereia me olhava calada
Pulei do convés, homem ao mar
Sem receio sem pressa e sem ar
Olhei com forte paixão o mapa do tesouro
Imaginando todas as jóias escondidas sob o ouro
E sentei ao lado do sim de ouvir a serei falar
Pedindo baixinho pra mim
Vamos depressa vamos nadar
Pulei do convés, homem ao mar
Sem receio sem pressa e sem ar
Na boca onde naufrago
Paixão de grande calado
Sinto o sal do teu corpo
Vejo meu corpo levado
Ah!, estes mares bravios
Que tiram o juízo da gente
Neles, dispenso máscara e bóia
Por âncora, pedra, corrente
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