Preguiçoso 2

Crítica e autenticidade no rap angolano em “Preguiçoso 2”

Em “Preguiçoso 2”, Phedilson faz uma crítica direta à superficialidade do rap contemporâneo, usando versos fortes e metáforas incisivas para questionar a qualidade e o compromisso de outros artistas. Ele não hesita em afirmar que, mesmo após cinco anos, pouca coisa mudou na cena e que poucos realmente se destacam. Essa postura está alinhada com sua trajetória pessoal: Phedilson é conhecido por sua autenticidade e dedicação, tendo conciliado a carreira musical com um mestrado em Matemática, o que reforça sua busca por profundidade e excelência, em contraste com a mediocridade que ele denuncia na letra.

A música traz diversas referências à cultura angolana e à história do próprio artista, como quando menciona o Huambo, sua terra natal, e sua saída da Galáxia Records, sinalizando independência e maturidade. Metáforas como “coveiro filipado a encher catacumbas” e “desfaz a cara com balas” destacam sua superioridade lírica e a competitividade do rap. Phedilson também utiliza ironia e duplo sentido, como na passagem sobre vender carne na “Cidade da China”, esclarecendo que não está ofendendo os chineses, mas provocando interpretações, algo comum no rap de batalha. Ao final, ele reafirma sua autoconfiança ao dizer que tudo o que escreve é valioso, comparando-se ao rei Midas, e destaca o peso de sua caneta como símbolo de sua força criativa. Assim, “Preguiçoso 2” se consolida como um manifesto de autenticidade, crítica e excelência no hip-hop angolano.