Dolente
Anchieta Dali
Nessas manhãs chuvosas
O meu peito aflora
Chorando saudade
Refém de um passado
Acre tão presente
Que a água nem sente
Que caiu no chão
E os olhos consentem
Que a chuva manhosa
Decante em meus lábios
Lágrimas e orvalhos
Mistura dolente
Na alma da gente
Faz judiação
O coração rasteja
O riso perde o reino
Só restam sobejos
Árduos relampejos
De imaginação
Mas quem nunca morreu de amor
Nunca viveu um grande amor
Nem sabe o gosto de uma paixão
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