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Letra

    Num rancho de taipa, à luz de candeeiro
    Desses que agora escasseiam na campanha!
    Veio ao mundo um piazito o primeiro
    De outros mais que o pobre sempre ganha

    Benedito, é o nome dele disse o pai!
    Para honrar esta cor que tem na pele
    O choro que deu relembra os ais
    Dos que morrem sem que a história os revele

    Benedito cresceu e foi ponteando
    Nas brincadeiras, na escola e na lida
    Os leões do preconceito ia matando
    Com a clareza de que assim era sua vida

    Quero mais do que uma vida de favor
    Ir além da piedade e da esmola
    Honrar minhas origens e transpor
    Os limites dos que crescem sem escola

    Mesmo piá, tinha a sua precisão
    No serviço ao derredor das casas
    Mas como os pássaros que vêm e que se vão
    Também seus sonhos vão, um dia, criar asas

    Ao chegar ao pedestal de suas conquistas
    Os descrentes ficaram todos para trás
    E, ao repassar a sua vida em revista
    Sentiu, também, de quanto era capaz

    Benedito, quão maldito inda é teu nome
    Nas artimanhas desta vida desigual
    Onde o homem é um lobo para o homem
    No preconceito - intolerância irracional!

    Será o pé do benedito? O que será?
    Que dará ao pobre e ao negro seu lugar?
    Onde a justiça seja mais que um alvará
    E o racismo possa, enfim, se exterminar!

    Composição: Evandro Zamberlan / Humberto Gabbi Zanatta. Essa informação está errada? Nos avise.

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