Nothing To Say

Reflexão sobre culpa e guerra em “Nothing To Say” do Angra

“Nothing To Say”, do Angra, aborda o vazio e o arrependimento que surgem após conquistas violentas, especialmente em contextos de guerra e colonização. O verso repetido “I've got nothing to say” (“Não tenho nada a dizer”) simboliza não apenas o silêncio literal, mas a incapacidade de justificar ou encontrar sentido nas ações cometidas. A letra reflete sobre a futilidade da guerra e o peso da culpa, como fica claro em trechos como “Guilt and shame, it's all so insane” (“Culpa e vergonha, tudo isso é tão insano”) e “Digging the graves of our conscience” (“Cavando as covas da nossa consciência”), sugerindo que a consciência é enterrada diante dos horrores vividos e praticados.

A narrativa acompanha um conquistador que, após a euforia da vitória — “We'd kill and die conquering a virgin world” (“Mataríamos e morreríamos conquistando um mundo virgem”) —, enfrenta o vazio existencial e a vergonha pelo que fez. A referência a “pagan gods die with no defence” (“deuses pagãos morrem sem defesa”) aponta para a destruição de culturas durante a colonização, ampliando o sentimento de culpa coletiva. O refrão “Living forevermore, leaving today / Back from this land, I've got nothing to say” (“Vivendo para sempre, partindo hoje / De volta desta terra, não tenho nada a dizer”) reforça o peso do silêncio e do trauma. O grito “Arise!” (“Levante-se!”), sugerido pelo produtor na gravação, adiciona intensidade e pode simbolizar um chamado à consciência. Assim, a música faz uma crítica à glória vazia das conquistas e à dificuldade de justificar a violência, promovendo uma reflexão profunda sobre o custo humano da guerra.