Belzebu (Parte 1) - Amaldiçoado a Viver

Conflito interno e autodescoberta em “Belzebu (Parte 1) - Amaldiçoado a Viver”

Em “Belzebu (Parte 1) - Amaldiçoado a Viver”, AniRap constrói uma narrativa marcada pelo autoconhecimento doloroso e pelo confronto com a própria natureza. O ponto central da música é a revelação de que Belzebu e Satanás “sempre foram um só”, o que transforma a busca por vingança em um processo de autodescoberta. O personagem, que inicialmente se vê como vítima de uma maldição imposta por Satã, percebe que o verdadeiro “monstro” estava dentro de si, como nos versos “O monstro que eu procurei / Em mim mesmo encontrei”. Essa virada reforça temas como culpa, autodestruição e a responsabilidade pelos próprios sofrimentos.

A letra utiliza referências mitológicas, associando Belzebu tanto ao “senhor das alturas” quanto ao “senhor das moscas”. Isso aparece de forma simbólica, especialmente na cena em que “moscas cercando o cadáver / Dos três que estavam comigo” ilustram a tragédia e a maldição que o personagem carrega. A presença de figuras como Lúcifer, Samael e Azazel, que oferecem amizade a Belzebu, traz momentos de esperança e vulnerabilidade, mas também prepara o terreno para a dor da perda e o ciclo de vingança. A música aborda de maneira clara a solidão, a culpa por causar a morte de quem se ama e a obsessão pela vingança, que se mostra inútil quando o personagem entende que Satã é uma extensão de si mesmo. O tom sombrio e introspectivo reforça a reflexão sobre a dificuldade de escapar dos próprios demônios internos.