Zerofuku - o Deus da Miséria

Ciclo de autossacrifício e ruína em “Zerofuku - o Deus da Miséria”

Em “Zerofuku - o Deus da Miséria”, AniRap explora a trajetória de Zerofuku, personagem do mangá Record of Ragnarok, destacando o ciclo de autossacrifício que se transforma em autodestruição. A letra mostra como o desejo de Zerofuku de aliviar o sofrimento humano, absorvendo suas dores, acaba corroendo sua própria essência: “quanto mais eu tirava a dor de outras pessoas, manchava minha própria alma”. O contexto do mangá é fundamental para entender a frustração do personagem, já que, ao perceber que sua bondade não gera gratidão ou mudança real, Zerofuku se depara com a ingratidão e a reincidência dos humanos em seus erros, o que aprofunda seu sentimento de impotência e ódio, levando à sua transformação no "Deus da Miséria".

O ponto de virada ocorre no encontro com Buda, quando surge o conflito entre dar felicidade e a necessidade de conquistá-la: “Felicidade não se compra isso é algo que se conquista”. A partir daí, a raiva de Zerofuku cresce, voltando-se tanto contra os humanos quanto contra si mesmo, já que seu sacrifício não encontra sentido. Nos versos finais, a dúvida sobre a possibilidade de redenção aparece: “Será que eu consigo? Me amar e ser como eu sempre sonhei”. No entanto, a chegada de Hajun, que toma o corpo de Zerofuku, simboliza a rendição total à miséria e ao ódio, encerrando a canção com a perda de identidade do personagem. AniRap, assim, traduz a complexidade emocional de Zerofuku, mostrando como o excesso de sacrifício pode levar à ruína pessoal.