Jesuíno Galo Doido

Jesuíno Galo Doido: A Filosofia do Malandro e a Alegria da Bahia

A música "Jesuíno Galo Doido" de Antonio Carlos & Jocafi é uma celebração da figura do malandro, um personagem icônico na cultura brasileira, especialmente no contexto da Bahia. A letra começa com um refrão que sugere uma advertência: "Quem mata o que não se come / Não perde por esperar". Essa frase pode ser interpretada como um aviso sobre as consequências de ações impensadas ou desnecessárias, refletindo uma sabedoria popular.

Jesuíno Galo Doido é descrito como um malandro que vive de filosofia, um "diplomado nos prazeres da folia". Isso sugere que ele é alguém que encontrou na vida boêmia e na celebração uma forma de sabedoria e existência. A figura do malandro é frequentemente associada à esperteza, à habilidade de navegar pelas dificuldades da vida com charme e astúcia. Jesuíno, com seu cavalo, é uma personificação dessa filosofia de vida, cavalgando em direção à alegria e à liberdade.

A música também faz referência à religiosidade afro-brasileira, mencionando que Jesuíno é um "santo novo nos terreiros da Bahia" e um "orixá". Isso conecta a figura do malandro à espiritualidade e à cultura dos terreiros de candomblé, onde os orixás são entidades veneradas. A saudação "Saravá" reforça essa conexão, sendo uma expressão de respeito e reverência. Assim, a música celebra não apenas a figura do malandro, mas também a rica tapeçaria cultural e espiritual da Bahia, onde a alegria, a filosofia de vida e a religiosidade se entrelaçam de maneira única.