Além do Bem e do Mal

Reflexão existencial e autenticidade em “Além do Bem e do Mal”

A música “Além do Bem e do Mal”, de Anum Preto, começa com a frase “Eu olhei para o abismo por tanto tempo que ele me olhou de volta”, uma referência direta ao filósofo Nietzsche. Essa citação destaca o confronto com nossos próprios limites e sombras, tema central da canção. A letra mergulha em questões existenciais, abordando o medo, a introspecção e a busca por autenticidade diante das pressões sociais e pessoais.

No refrão, “Como você, eu só quero viver plenamente / De modo que até a morte lamente me levar”, o eu lírico expressa o desejo de uma vida tão intensa e verdadeira que até a morte hesitaria em interrompê-la. Essa busca por plenitude reflete a recusa em aceitar padrões impostos de felicidade ou moralidade, alinhando-se ao espírito livre defendido por Nietzsche. A repetição de “Não adianta te explicar / Só eu entendo o que é estar vivo para mim” reforça a ideia de que a experiência de viver é única e pessoal, e que cada um deve criar seus próprios valores. A combinação de pós-punk com elementos do folclore nordestino contribui para a atmosfera melancólica e autêntica da música, convidando o ouvinte a refletir sobre o que significa viver além das convenções do bem e do mal.