Nonbinary

Identidade fluida e celebração em "Nonbinary" de Arca

A música "Nonbinary" de Arca questiona a necessidade de rótulos e limitações sobre a identidade, deixando claro esse posicionamento em versos como “I do what I wanna do when I wanna do it” (Eu faço o que quero quando quero). Aqui, Arca afirma sua autonomia e rejeita expectativas impostas pela sociedade. O trecho “It's French tips wrapped 'round a dick / Do you want a taste?” (São unhas francesinhas enroladas em um pau / Você quer experimentar?) ilustra a fusão de elementos tradicionalmente ligados a gêneros opostos, mostrando a recusa da artista em se encaixar em categorias binárias de gênero. Essa ideia se conecta ao que Arca já declarou sobre sua identidade: um "ecossistema de pequenos estados de ser". Isso aparece na repetição de “Speak for your self-states” (Fale pelos seus próprios estados), sugerindo multiplicidade interna e liberdade para transitar entre diferentes formas de expressão.

A canção também transmite autoconfiança e resistência, como em “Bitch, I'm special, you can't tell me otherwise / That'd be a lie” (Vadia, eu sou especial, você não pode dizer o contrário / Isso seria mentira). Arca reivindica sua singularidade e dignidade, recusando definições externas. O refrão “What a treat / It is to be / Nonbinary” (Que prazer / É ser / Não-binário) transforma a experiência de ser não-binário em motivo de celebração, transmitindo orgulho e alegria pela própria complexidade. A produção experimental e as imagens do videoclipe, com transformações visuais e corpos em mutação, reforçam a mensagem central: identidade é fluida, multifacetada e não deve ser limitada por normas sociais rígidas.