Apnea

Afogando-se em Sentimentos: A Análise de 'Apnea' de Ricardo Arjona

A música 'Apnea' de Ricardo Arjona é uma expressão intensa de dor e perda, onde o artista utiliza a metáfora da apneia, uma condição em que a respiração é interrompida, para descrever o sufocamento emocional causado pela ausência de um amor. A letra começa com uma descrição de um martes (terça-feira) que parece durar um século, sugerindo uma sensação de tempo distorcido e um vazio imenso. A dor é tão profunda que até o reflexo no espelho parece lançar críticas, indicando um estado de auto-reprovação e desespero.

A esperança é descrita como algo que foi abandonado, e o insônia, uma presença constante, simboliza a dificuldade de encontrar paz e descanso. A procrastinação do 'ayer' (ontem) e a fuga do 'mañana' (amanhã) refletem a incapacidade de lidar com o presente, que é marcado pela ausência da pessoa amada. A repetição do refrão 'No consigo respirar' (Não consigo respirar) reforça a sensação de asfixia emocional, enquanto a imagem de cair no fundo do mar e arranhar uma bolha de ar onde a pessoa amada não está presente ilustra a luta desesperada para sobreviver à dor.

A música também aborda a ideia de rendição, com o desejo de desistir e a dificuldade de continuar lutando. A menção ao oxigênio que se foi sugere que a essência vital da vida do narrador desapareceu com a partida do ser amado. A canção termina com uma escolha entre a morte emocional e a memória dolorosa, onde morrer parece ser preferível a ter que lembrar e reviver a perda. 'Apnea' é uma canção que fala sobre o desespero e a solidão que acompanham um coração partido, e a luta para encontrar um novo fôlego após uma perda devastadora.