Hasta Que la Muerte Los Separe

O Amor Sob a Lupa da Rotina: Uma Análise de 'Hasta Que la Muerte Los Separe' de Ricardo Arjona

A música 'Hasta Que la Muerte Los Separe' do cantor guatemalteco Ricardo Arjona é uma reflexão sobre o casamento e a rotina que muitas vezes o acompanha. Através de uma narrativa poética, Arjona descreve a transformação do amor e da paixão em algo mais doméstico e previsível após o matrimônio. A letra começa com a tradicional frase dita em casamentos, 'até que a morte os separe', sugerindo uma promessa de amor eterno que é imediatamente confrontada pela realidade do dia a dia.

A canção aborda a perda da espontaneidade e do entusiasmo inicial que caracteriza os primeiros momentos de um relacionamento. As 'lunas de miel' que se tornam enjoativas e os 'cuartos de motel abandonados' simbolizam o fim da fase de lua de mel e a entrada na rotina. Arjona utiliza metáforas como 'la piel que se acostumbra a la costumbre' para ilustrar como a intimidade e o desejo podem se desgastar com o tempo, dando lugar a um amor mais 'civilizado' e menos apaixonado.

A música também menciona a chegada de filhos ('aumenta el personal corporativo') e como isso pode mudar a dinâmica do casal, muitas vezes afastando-os ainda mais do romance inicial. A repetição do verso 'hasta que la muerte los separe' ao longo da música serve como um lembrete irônico da promessa de amor eterno, contrastando com a realidade de um amor que se transforma e, por vezes, se desvanece com a rotina. Arjona, conhecido por suas letras introspectivas e críticas sociais, oferece uma visão realista e talvez cética do matrimônio, questionando a idealização do 'felizes para sempre'.