Penthouse

Refúgio nas Alturas: A Fuga Lírica de Ricardo Arjona em 'Penthouse'

A música 'Penthouse', do cantor guatemalteco Ricardo Arjona, é uma metáfora poética que explora temas de isolamento, memória e liberdade emocional. Através de uma narrativa que se passa em um 'penthouse nas nuvens', Arjona descreve um lugar onde as lembranças e as amarras do passado não têm poder. Este lugar elevado simboliza um estado de espírito onde o eu lírico se sente livre e distante das dores terrenas, especialmente aquelas relacionadas ao amor e à perda.

O 'penthouse' é também uma representação de um refúgio pessoal, um espaço onde o eu lírico pode se encontrar e se perder, longe das expectativas e julgamentos alheios. A menção a '30 querubes que não sabem cantar' e a 'vistas a nenhum lugar' reforça a ideia de que, embora solitário e imperfeito, esse refúgio é um santuário para a alma. A música alterna entre momentos de saudade, quando o eu lírico pensa na pessoa amada e sente a 'gravidade', e momentos de esquecimento, onde a sensação de 'liberdade' retorna.

A recorrência da imagem de uma cometa que passa e provoca uma queda simboliza a influência que o passado ou uma pessoa específica ainda exerce sobre o eu lírico, apesar de seus esforços para se desvencilhar. A música, portanto, é um balanço entre o desejo de esquecer e a inevitabilidade de lembrar, entre a aspiração de voar livremente e o peso das emoções que ainda o prendem à terra.