Meu Lugar

Riqueza cultural e ancestralidade em “Meu Lugar” de Arlindo Cruz

Em “Meu Lugar”, Arlindo Cruz destaca a forte ligação de Madureira com suas raízes afro-brasileiras, já nos primeiros versos ao citar Ogum e Iansã. Essa referência mostra como a religiosidade e a ancestralidade são parte fundamental da identidade do bairro, reforçando o orgulho de pertencer a uma comunidade que valoriza suas origens. Ao mencionar “samba até de manhã” e “uma ginga em cada andar”, Arlindo retrata o cotidiano animado e a alegria presentes nas ruas, evidenciando a celebração constante da cultura popular.

A música também presta homenagem a figuras marcantes como Tia Eulália e Vó Maria, reconhecidas por manterem vivas tradições como o jongo e as bênçãos nos terreiros. Essas citações reforçam o respeito às gerações que sustentam as manifestações culturais do bairro. As menções às escolas de samba Império Serrano e Portela, símbolos de Madureira, mostram a importância do samba na construção da identidade local. Além disso, referências ao Mercadão e aos jogos de rua ressaltam o valor do convívio e da simplicidade do dia a dia. “Meu Lugar” é, assim, uma homenagem afetiva a Madureira, celebrando suas lutas, conquistas e a riqueza de sua cultura, transmitindo um sentimento de orgulho e saudade.