Tecelã
Arnaldo de Paula
Tecelã que todas as manhãs
Passa por mim
Apressada e aflita
E que nunca chega depois
Da última vez
Em que a fábrica apita
Tecelã, que entra as sete.
Sai as quatro, com satisfação.
Mas não sabe,
Que quando ela passa
Palpita em cheio, o meu coração.
Tecelã, de um bairro afastado.
Que anda um bocado
Pra vir trabalhar
Poderia ter mais alegria
Se unisse na boca
Um pouquinho de amor
Eu não sei
Se é o tecido
Ou se é mesmo
O amor de alguém
Eu só sinto que quando ela passa
Palpita em cheio o meu coração.
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