Que Mapa?

Incertezas e cotidiano em “Que Mapa?” de Arthur Verocai

Em “Que Mapa?”, Arthur Verocai explora a sensação de desorientação diante das incertezas da vida. A repetição da pergunta “Que mapa estão os meus pés?” destaca uma busca constante por direção e sentido, mesmo quando se está cercado por elementos familiares do cotidiano brasileiro, como “a praça, o povo, a fé” e “o campo, a bola, o café”. Esses versos mostram que, apesar da presença de símbolos coletivos e culturais, o sentimento de dúvida sobre o próprio caminho é algo comum a muitos.

A letra também contrapõe ações rotineiras, como “sonhar no sofá” e “desfiar minhas contas sem fim”, à ausência de respostas claras sobre o futuro. Isso reforça a ideia de que a vida não pode ser facilmente classificada como “bem ou mal”. O mapa, usado como metáfora, representa o desejo de encontrar um guia para lidar com as emoções e desafios diários. O contexto musical do álbum, que mistura samba, soul, bossa nova e jazz, contribui para a sensação de fluidez e abertura, sugerindo que não há um único caminho certo, mas sim a contemplação do próprio percurso.