N95

Máscaras e isolamento em “N95” de Arya: conexões e reflexões

Em “N95”, Arya usa a máscara como símbolo para abordar tanto a pandemia quanto as barreiras emocionais e sociais que as pessoas criam. O verso “And act like someone else you know it pains me / That's your N95” (“E agir como outra pessoa, você sabe que isso me machuca / Essa é a sua N95”) faz uma ligação direta entre o uso literal da máscara N95 e o hábito de esconder sentimentos ou a verdadeira personalidade. Assim como a máscara física protege do vírus, a máscara comportamental serve para evitar vulnerabilidades, mas também afasta as pessoas e dificulta conexões reais.

A letra também retrata o impacto do isolamento e da rotina repetitiva durante a pandemia. Em “I've been wasting all my time, so lazy / And I've been getting way too high / Its hazy / That's just the 9 to 5” (“Tenho desperdiçado todo o meu tempo, tão preguiçoso / E tenho ficado chapado demais / Está tudo nebuloso / Esse é só o expediente”), Arya fala sobre o uso de substâncias como fuga e a sensação de tempo perdido. A crítica ao materialismo aparece em “With your designer bag / And your Prada favorites” (“Com sua bolsa de grife / E seus itens favoritos da Prada”), mostrando a busca por validação em bens supérfluos. O trecho “And toast to 2020 / No lipstick or a toothbrush, grab your cloth and you'll be ready” (“Um brinde a 2020 / Sem batom ou escova de dentes, pegue seu pano e você estará pronto”) ironiza a adaptação à nova realidade, onde o essencial se destaca e a autenticidade surge quando as máscaras caem.