tolerance

Reflexão sobre limites emocionais em "tolerance" de Asal

Em "tolerance", Asal utiliza ironia e honestidade para abordar o tema do escapismo por meio do uso de substâncias. Logo no início, a comparação exagerada da tolerância do narrador com a de um hipopótamo sugere não só o aumento do consumo, mas também um distanciamento emocional diante do próprio excesso. O verso “Baby, I don't drink, I drown” (Querida, eu não bebo, eu me afogo) deixa claro que o álcool deixou de ser algo recreativo e passou a ser uma tentativa desesperada de afogar sentimentos ou memórias difíceis.

A música expõe a frustração de buscar alívio em substâncias que já não produzem o mesmo efeito, como em “When the weed ain't working anymore / And the drinks ain't getting me the same” (Quando a maconha não faz mais efeito / E as bebidas não me deixam mais igual). Isso revela uma luta interna, em que a tolerância é tanto física quanto emocional, e o comportamento autodestrutivo se repete como forma de lidar com o vazio. O questionamento “Who do you call when the plug ain't pluggin' nothin' up no more?” (Para quem você liga quando o fornecedor não fornece mais nada?) reforça o sentimento de isolamento, enquanto “I swear the wind keep kickin' at my door / I think his goal is takin' me away” (Juro que o vento continua batendo à minha porta / Acho que o objetivo dele é me levar) funciona como metáfora para a instabilidade emocional constante.

O contraste entre o tom confessional da letra e a leveza instrumental destaca a sinceridade de Asal ao refletir sobre os limites do escapismo e a dificuldade de enfrentar emoções sem recorrer a anestesias químicas.