Max B

Reflexão sobre perdas e resistência em “Max B” de A$AP Rocky

Em “Max B”, A$AP Rocky aborda o contraste entre a dureza necessária para sobreviver nas ruas e a vulnerabilidade que surge ao lidar com perdas e escolhas do passado. O título faz referência direta ao rapper Max B, que está preso e se tornou um símbolo de resistência e tragédia no hip hop. Rocky se identifica com esses dilemas, usando Max B como espelho para suas próprias questões morais e emocionais. Quando afirma “I’m biggaveli, I could do this in my sleep” (Eu sou Biggaveli, posso fazer isso dormindo), Rocky não só presta homenagem a Max B, mas também revela como a postura de durão virou um reflexo automático diante das dificuldades da vida.

A letra traz imagens reais do Harlem, como na passagem “Passed away from a stray, from some fake tough guy / Now this the kind of story that should make doves cry / Fuck that, this the story that should make thugs cry” (Morreu por uma bala perdida, de um falso durão / Essa é o tipo de história que deveria fazer pombas chorarem / Que nada, essa é a história que deveria fazer bandidos chorarem). Aqui, Rocky questiona a normalização da violência, mostrando que até os mais resistentes sentem o impacto dessas tragédias. O refrão, cantado por Joe Fox, traz dúvidas e culpa: “Am I still too young? Did I fuck it up?” (Ainda sou jovem demais? Eu estraguei tudo?). Essa repetição reforça a introspecção e o peso das decisões tomadas na juventude, além de refletir as influências do ambiente e das perdas pessoais, como a morte do irmão e a ausência materna. A produção psicodélica e melancólica, com samples de Leonard Cohen e do próprio Max B, intensifica o clima de reflexão e saudade, tornando “Max B” uma homenagem honesta e autocrítica.