Daisy

Empoderamento e subversão de símbolos em “Daisy”

Em “Daisy”, Ashnikko transforma o símbolo da margarida, tradicionalmente ligado à inocência, em um emblema de força e resistência. A artista cria a personagem Daisy como uma vigilante dominatrix, que desafia o patriarcado e deixa margaridas como marca registrada após eliminar agressores. Assim, a flor passa a representar poder e justiça, rompendo com seu significado convencional.

A letra é marcada por autoconfiança e provocações diretas. No trecho “Fuck a princess, I'm a king / Bow down and kiss on my ring” (“Que se dane ser princesa, eu sou um rei / Ajoelhe-se e beije meu anel”), Ashnikko rejeita papéis femininos tradicionais e assume uma postura dominante, reforçando o tema de empoderamento. O verso “Being a bitch is my kink” (“Ser uma vadia é meu fetiche”) mostra que adotar uma atitude assertiva e até agressiva é motivo de orgulho, não de vergonha. Imagens como “long blue hair, blue as a bruise” (“cabelo azul comprido, azul como um hematoma”) e “glacial with the blue ice” (“glacial com o gelo azul”) reforçam a figura fria e poderosa de Daisy. A repetição de “I'm terrifying” (“Eu sou assustadora”) destaca o impacto da personagem ao desafiar expectativas e intimidar quem tenta subjugá-la. Metáforas como “pet the kitty” e “make your man call me daddy” (“faça seu homem me chamar de papai”) acrescentam camadas de sexualidade e domínio, alinhando-se à imagem de Daisy como uma figura dominadora e autossuficiente. Dessa forma, “Daisy” se consolida como um hino de independência e resistência feminina, usando linguagem ousada para subverter símbolos e papéis de gênero.