Fluorescente

A Luz que Emerge do Fundo: Análise de 'Fluorescente' de Assucena

A música 'Fluorescente' de Assucena é uma obra rica em metáforas e simbolismos, explorando temas de libertação, desejo e transformação. Desde o início, a letra nos coloca em um cenário de escuridão e opressão, onde a protagonista se encontra comprimida em um 'fundo que chamavam de poço'. Esse poço pode ser interpretado como uma metáfora para situações de repressão emocional ou social, onde a verdadeira essência da pessoa está sufocada e escondida.

A letra continua a descrever a luta interna da protagonista, que 'comprimindo no peito a explosão dum gemido oriundo de um gozo acuado (no escuro)', sugere uma repressão de desejos e emoções. A imagem de 'esmagando as horas em segundos' reforça a sensação de tempo perdido e a urgência de libertação. A 'ideia errada da bunda' e a 'ginga esquisita' podem ser vistas como críticas às normas sociais que reprimem a expressão corporal e sexualidade, especialmente em contextos onde essas expressões são marginalizadas.

A transformação ocorre quando um 'calor desvairado' acende uma 'paixão vagabunda', simbolizando a libertação e a aceitação do desejo. A figura da 'sunga marcando uma mala' e a dança da rumba representam a celebração do corpo e do prazer. A 'faísca assanhada' e a 'ideia safada' que 'abunda' no final da música marcam a culminação dessa jornada de autodescoberta e empoderamento. 'Fluorescente' é, portanto, uma celebração da luz que emerge do fundo, da libertação dos desejos reprimidos e da transformação pessoal através da aceitação e expressão do próprio ser.